O Papo Cultural, mantido por Eleniwton Farias, proprianse, Graduando de Teatro-Licenciatura, UFS (Universidade Federal de Sergipe) em uma live no dia 26 de dezembro de 2020 recebeu o escritor Ron Perlim.
Confiram a íntegra desse bate-papo interessante sobre vários aspectos da Literatura Nordestina, alagoana e sergipana.
Papo Cultural do Baixo São Francisco Sergipano: Recebendo Ron Perlim
0:20 Boa noite a todos, sejam todos bem-vindos a mais um Papo Cultural do Baixo São Francisco Sergipano.
0:36 Hoje, o nosso convidado é o companheiro Ron Perlim, alagoano de Porto Real do Colégio, Alagoas. Atualmente mora em Cedro de São João, é sergipano de coração e é professor, escritor e blogueiro. Seja bem-vindo, Ron Perlim, a mais um Papo Cultural do Baixo São Francisco.
0:54 Hoje eu trago aqui no Papo Cultural o Ron Perlim, que é um professor, escritor e blogueiro. Sergipano de coração, mas alagoano. Transita entre Propriá e Cedro de São João. Já já ele vai estar chegando aqui.
2:51 Primeiramente, boa noite a você e a todos que estão entrando agora. Esse é mais um Papo Cultural, e hoje aqui no nosso Papo Cultural, que é um projeto voltado aos artistas, artesãos e produtores culturais do Baixo São Francisco Sergipano, eu trago Ron Perlim, que é alagoano de Porto Real do Colégio, mora em Cedro de São João e é professor, escritor e blogueiro.
3:18 Ron Perlim, antes da gente iniciar o Papo Cultural, a sua imagem está muito ruim aqui, você está contra a luz, tá? A sua imagem não está legal, não mesmo. Acho que é por conta da lâmpada, se você se encostar na parede eu acho que vai melhorar. Porque como a luz está no centro, se você se encosta na parede ela acaba refletindo sobre o seu rosto.
3:52 E agora, melhorou, piorou? Sim, agora deu uma melhorada. Seria interessante se você pudesse colocar o celular em cima de alguma coisa para deixar ele fixo também, mas se não puder a gente faz assim mesmo. Está meio, está meio complicado aqui, não deu para eu me organizar nesse sentido, tá?
4:13 Então, boa noite a você e a todos que estão entrando mais uma vez. Esse é o Papo Cultural, que é um projeto voltado aos artistas, artesãos e produtores culturais do Baixo São Francisco. E hoje eu trago aqui o Ron Perlim, que não é um sergipano de nascença, mas podemos dizer que é um sergipano de coração e abraçou o nosso estado, a nossa região do Baixo São Francisco.
4:37 E hoje eu estou trazendo Ron Perlim aqui. Eu vou fazer a sua apresentação aqui, tá? Pessoal, o Romperly, ele é alagoano de Porto Real do Colégio, Alagoas, que é uma cidade que faz divisa com Propriá, tá? Ele é sergipano de coração, atualmente ele mora em Cedro de São João e é professor, escritor e blogueiro. Você queria acrescentar alguma coisa que eu não falei, que você esqueceu da sua apresentação?
5:09 Por enquanto, Elenilton, essa apresentação está bem concisa e simples, está bem adequada. Certo? Boa noite para você, boa noite a todos que estão nos acompanhando, tá?
5:25 Eu vou me apresentar aqui para quem está me vendo através do Instagram. Eu sou Elenilton Farias, propriaense, estudante de teatro, artista, professor de teatro e criador do Papo Cultural. Foi um projeto que surgiu agora na quarentena, né? Tive uma oportunidade de abrir essa janela de fazer com que os artistas da região do Baixo São Francisco pudessem ser vistos, né? E ver que a nossa região tem bons artistas e que eles precisam ser vistos. Então, o Papo Cultural surge também dessa necessidade de fazer os artistas da região do Baixo São Francisco serem vistos, tá bom?
A Jornada de Ron Perlim na Escrita
6:11 Eu queria que você falasse para a gente, eh, porque você é um escritor, né, e é um escritor bem ativo, pelo que eu andei pesquisando, você está sempre produzindo. Eu queria que você falasse para a gente como foi que surgiu esse, esse anseio, essa vontade de escrever, de criar histórias? Qual foi, qual foi que surgiu isso da sua vida?
6:39 Na adolescência, quando eu tinha aproximadamente entre 17 e 18 anos, nesse período eu comecei a iniciar, dessa idade. E nesse período também já tinha iniciado a leitura de um período. Essa iniciação de leitura e de observação das coisas que aconteciam ao meu redor me fez ensaiar os primeiros estudos, cadernos, observando as coisas que iam acontecer.
7:46 Tá. E você tem, tem uma formação como professor, né? Em que área que você tem essa formação? Em Letras?
7:56 Não, eu sou formado em Matemática. Faculdade de Formação de Professores ou IME, Penedo. E fiz uma pós-graduação em Educação Matemática aqui em Sergipe, na Faculdade Atlântica, se eu não me engano, é isso mesmo. A minha formação acadêmica é essa.
8:18 E o que foi que te levou à escolha de Matemática e não Letras, sei lá? Só pergunta curiosa.
8:36 Posso dizer que não, que tem dificuldade em aprender. E a Matemática também sempre teve um caminho, desde a adolescência, quando eu estudava, fazer o ensino fundamental para o ensino médio, eu sempre me identifiquei muito bem os números com essa parte abstrata, com a questão de a Matemática ter nascido da filosofia e a filosofia é uma das, do conhecimento, adoro bastante.
9:32 Tá. E você é de Porto Real do Colégio, né, mas atualmente mora em Cedro de São João. É o que é que leva Ron Perlim para Cedro de São João, de Porto Real do Colégio? O que é que traz o escritor, poeta Ron Perlim a habitar a terra sergipana?
9:52 Foi o amor. O amor fez isso. Eu sou casado com uma garota daqui, também é professora, minha esposa. Então esse meu casamento me fez vir para Cedro de São João, e aqui habito já faz alguns anos. Gosto daqui, sim. Que ótimo.
10:29 E como escritor, como poeta, quem são os artistas que de alguma forma eles influenciam, que inspiram e se inspiraram a ser esse escritor que hoje você é?
10:45 A inspiração, eu sempre digo que a inspiração, com a leitura e a releitura. Então, as minhas releituras, eu li bastante, bastante clássicos quando eu iniciei a minha vida literária. Ainda hoje eu leio e leio também contemporâneas, que tem muita gente boa atualmente escrevendo. E uma outra que me traz inspiração é percepção, é capaz de perceber, percebeu e ouvir das coisas animadas. Ele tem que ter essa capacidade.
11:51 São baseadas e sim, mas você tem alguns escritores que de alguma forma eles se inspiraram, ou seja, você leu muito esses autores e de alguma forma a linhagem e a forma como eles escrevem acabaram de alguma forma agregando na sua forma de escrever?
12:25 Você tá apenas três ou quatro. Tem Cecília Meireles, eu adoro. Clarice Lispector é o máximo. Sim, Graciliano Ramos. E deixe-me ver aqui de Sergipe, contemporâneo, contemporâneos. E aqui da região, da nossa região, tem Cleberson Santos. Eu não sei se você conhece. A gente fosse citar vai passar a noite.
13:22 E quando foi que você se percebeu artista das Letras, artista que cria histórias? Você passou por esse conflito de se perceber artista, de se, assim, questionando-se de fato você seria um artista das Letras, né? Você passou por esse momento de conflito de se identificar se isto, ou você nunca, nunca passou por isso, nunca se questionou sobre a sua arte?
13:55 Não, eu nunca tive esse problema. Eu quando sento para escrever, eu não faço assim muitos questionamentos sobre esse tipo de coisa. Eu apenas sempre escrevo. Eu escrevo porque eu escrevo. Depois vou fazer a publicação para ver no que vai dar. Não me preocupo com o questionamento.
Obras e Temáticas
14:40 Você, eu já percebi que você é um escritor que recorre muito a as coisas populares, né? Principalmente a cultura popular. Você tem algumas, alguns livros produzidos. Inclusive eu já cheguei a ler um deles que foi "Povos das Águas". Em que isso, em que você traz o, você traz todo aquele contexto lendário das lendas, né, do Rio São Francisco de uma forma muito lúdica, muito gostosa de se ler dentro desse livro. Quem não leu, até recomendo. Inclusive, quando eu estava lendo, eu vi que aquele livro é uma peça de teatro pronta ali, é só você pegar e fazer. Porque o próprio livro, ele é uma peça, eu enxergo o livro como um texto puramente teatral, porque é gostoso de ler, é instigante. Quanto mais você lê, você quer ler para tentar entender aonde aquilo vai dar, o que é que aquilo quer me dizer. Eu queria que você falasse para a gente desse livro, como é que surge a, como é que nasce o livro "Povos das Águas"?
16:02 A inspiração ela surge de duas formas. Vamos primeiro falar sobre a inspiração, porque só assim a gente vai compreender com maior clareza essa coisa para mim, né? No meu caso, a inspiração da percepção que é, vamos supor, você está observando alguma coisa ou lendo e percebe que aquilo ali você pode produzir um texto. No caso do "Povo das Águas", o que aconteceu? Aconteceu que eu fiz uma releitura das muitas loucuras que eu já havia feito sobre as lendas que povoavam São Francisco, especificamente as lendas que chamam relacionadas na minha adolescência. Então, ela me veio. Eu não perdi tempo, sentei a bunda na cadeira e comecei a escrever feito um cavalo selvagem. Escrevi, escrevi, escrevi, dei uma paradinha, continuei escrevendo até terminar o livro. Depois do livro terminado, aí eu fui ver o capítulo, fazer pesquisas para ir adequando o livro para que houvesse determinados erros, porque existem informações que a gente precisa buscar. Dessa forma, um conflito ainda está se arrastando no nosso tio. Ele teve que massa.
18:40 Quem está nos assistindo aqui, é, quem tiver, quem tiver interesse em ler o livro, o livro "Os Povos das Águas", como é que a pessoa faz para adquirir esse livro?
18:48 A pessoa tem que ir no site da editora Penalux. Lá ele está à venda desde o lançamento, desde 2017, que ele foi lançado, está à venda lá desde esse ano. Nunca saiu.
19:27 Você também tem, só um instante que eu estou vendo aqui alguns livros seus que eu selecionei, tá? Você tem também o poeta mais velho do mundo, esse livro também é seu? O poeta mais velho do mundo?
20:06 Não, não, não.
20:11 É que eu estou vendo aqui no Instagram algumas fotos de livros com você e aí, mas vamos, eu queria que você falasse quais são os livros que você tem escrito. Eu sei do "Povo das Águas", tem também...
20:43 "Colégio Sociedade". Numa atividade pura, e ela me presenteou uma coletânea de alguns textos meus. Eu também tenho "Só um Olhar". Deixe-me ver mais. Esse daqui, "Uma Batina, Uma Batina na Memória de um Menino".
21:37 Propriá, esse também é seu?
21:40 Não, esse livro vai ser lançado no próximo ano e é do Professor Alberto Amorim, e você conhece. É uma preparação do texto em conjunto com ele. É um livro bacana, ficou bem legal.
22:11 Pode concluir que depois eu falo com você.
22:16 Certamente será um prazer, você indo para o lançamento do livro do Professor Amorim, Alberto Amorim.
22:27 A Fernanda Lima está perguntando aqui se você tem alguma indicação de escritor alagoano.
22:32 Sim, tenho. Tenho Graciliano, tem Sala Albuquerque que é recente, né, alagoana contemporânea. Tem Jorge de Lima. Infelizmente não tenho lido. O Ivo. Não estou me recordando.
23:13 Ao total, quantos livros você tem mais ou menos assim, você tem noção para falar para a gente? Está aqui agora, já, já catalogou?
23:27 Acho que é isso. Eu não, eu costumo até ter essa falha quando estou dando entrevista, não sabia a quantidade exata dos livros, mas os livros que eu citei são esses mesmos.
23:56 O que é que os seus livros, você escreve mais do que, na verdade, você é aquele escritor eclético que escreve de tudo, ou você, porque tem o escritor que ele escreve de tudo, mas esse tudo existe uma linhagem que ele não, ele não sai daquela linhagem, só que ele fala de outras coisas e você percebe que é característica daquele autor. Então, eu queria saber, você escreve mais do que, o que é o, o que é que as suas obras, embora fale de, de coisas variadas, o que, o que é que na verdade ela tem de incomum?
24:35 Tem a ironia e tem a crítica social. Eu acabei esquecendo e agora me veio também o livro chamado "O Homem Retrato". Resumindo, esse livro ele faz um resumo do comércio eleitoral na região do Baixo São Francisco e cena do país inteiro. E, infelizmente, esse comportamento político tem aberto, da espécie de representantes. Quanto a minha temática, uma temática, como você falou, ela é eclética. Ela, eu não me preocupo, nunca tive essa preocupação. É aquele que me chama atenção e que compreender, perceber e colocar para fora. Um exemplo, quando você pega o livro "Urbana", você vai encontrar uma variedade de textos de prosa poética, onde é abordado vários assuntos no livro. Você vai ver a violência, e por aí vai, é variado a temática.
Blog e Atuação Cultural
26:33 Massa. Você também é blogueiro, né? Você além de produzir obras físicas, né, livros, você também tem um blog. Eu estou aqui com o seu blog aberto, porém eu estou com o celular em frente da tela e aí eu não consigo ver quase nada, mas o que, o qual é a finalidade desse seu blog? Você disponibiliza livros digitais lá? Você coloca resenhas? Qual é a finalidade desse blog que você tem?
27:10 A finalidade do meu blog, ele é de divulgar o meu trabalho. Pouco eu produzo, eu coloco lá nesse blog. Eu agora estou com uma página nova chamada, e é um teste de textos muitos que já foram publicados em livros e não publicados. Tem três livros onde eu, três textos que o próprio não-rei, e tem um depoimento da professora Rose Nunes, ela fala sobre o livro "O Povo das Águas" e o impacto que a leitura desse livro causou nos alunos dela. Eu também com uma, com uma sessão nova chamada "O Autor Fala da Sua Obra", onde os autores, eu faço um produto pelo WhatsApp e entrevistas com publicadas no meu blog tão jovem. São dicas para quem inicia no mundo literário. De assunto muito grande.
28:48 Entendi. Eu estou vendo aqui, você por ser de Alagoas, com certeza você deve ter tido algum contato com a aldeia dos Cariris-Xocós que tem lá. Eu queria saber, a aldeia Cariri já te influenciou de alguma forma? E você produziu algum material ou algum livro, algo falando desse povo, da existência, da existência desse povo?
29:15 Sim, eu tenho contato com duas pessoas importantes da aldeia de Xocó. Uma delas é Roberto Cruz, e publicou "A Mãe D'água" junto com uma grande editora chamada Laura Bacelar, um livro muito bom, bacana. Tem também o nome indígena de José Nunes, e é considerado como uma memória viva da aldeia. Então, mantenho um contato com eles. Textos no meu blog chamado Urubu Mirim, que é um blog especificamente sobre o povo é do colégio. Aí, lá com algum texto agora o Hugo, e eu também falo alguma coisa. Eu sempre mantendo contato com eles, aprendendo mais sobre a cultura, que é bem interessante e é bem legal mesmo manter contato com o pessoal de lá.
30:41 Agora eu queria que você falasse para a gente um pouco do livro "A Menina das Queimadas". A capa é bem, ela já instiga a gente a querer ler. Você poderia dar um resumo para a gente? Eu quero, o que é que esse livro traz? O que é que a gente pode esperar de "A Menina das Queimadas"?
31:00 "A Menina das Queimadas" me faz lembrar uma pessoa muito especial, que é a minha pedreira, já falecida. A gente, eu do lado e ela do outro, e a gente começa a tapear e ela começou a me contar coisas da sua adolescência. Nessas conversas, eu percebi a importância daquilo tudo que ela me falava, e eu disse para mim: escrever no livro "A Menina das Queimadas" em homenagem a ela. Só que as suas memórias dizendo a literatura, disse que é um livro muito bacana, as pessoas gostam. Esse livro ele foi adotado numa escola em Porto Real do Colégio, é chamada Terezinha. Anda pelo mundo aí, muita gente já leu e disse: é bacana. A história, a menina fala de uma menina, ignorância da época, tempo, tem como pedir isso, mas "A Menina das Queimadas" ela insistiu e procurou outras maneiras e foi a escola. Agora, o que quer dizer a minha das queimadas? Eram doces e ele fica um pouco tostado. A minha sogra, ela vendia essas queimadas. Ela conseguiu sair daquele estágio de vendedora de balas, das queimadas, de cuidar dos irmãos mais novos. Se resume nisso, é bem instigante, dá vontade de ler.
33:39 Me diz uma coisa, os seus livros você só consegue vender ele físico ou você também vende em e-book?
33:47 Eu estou trabalhando com essa parte do e-book. Eu estou vendo aí com uma editora bem, bem legal, chamada Galáxia. Estou vendo lá com o pessoal para eles estarem em breve no formato, no formato e-book. Assim que ele quiser, vou divulgar o máximo que eu puder no Face, no Instagram, quando for possível.
34:22 Para você, quando puder, dá uma divulgada aí. Sim. Ou não, fala para a gente o que é que representa essa arte de escrever para você? O que é que representa isso para sua vida? O quanto é importante para sua vida escrever?
34:38 Escrever para mim é parte de mim. E essa parte estou tirada. Eu tomo sem mim duas coisas que eu não posso ficar, até a delícia é ficar sem luz e ficar essa coisa. Eu estou menos de mim, um pouco de mim.
35:17 É como, como é, como é que você, enquanto escritor, enquanto pessoa que produz livros, né, produtos artísticos de consumo, como é que você consegue falar para a gente, como é que você enxerga na verdade o mercado de venda de livros aqui em Sergipe? Você acha que é bom, é ruim, está melhorando? Como é que você consegue falar isso para a gente, esse termômetro, já que você é um escritor que produz para venda, está? E que é bem conceituado. Como é que você consegue falar para ele ter esse mercado aqui de livro? Porque a venda de livros, ele também, ele acaba nos informando o quão os sergipanos estão lendo, ou o povo brasileiro, nordestino. Então eu queria que você falasse para a gente, esse mercado de livro, como é que você consegue avaliar a compra de livro aqui em Sergipe?
36:19 Para mim é uma, é um comércio estável. Ele não tem tecido. Tem esse caso em uma situação, um estado. O problema do livro, da conta de livro e das vendas de livros no Brasil. Tem duas, não, não, não seja sem compreensível. Tem pessoas que acham que por conhecer o escritor. E não é assim. Então, compreender pessoal, prefere valorizar. E também tem outro detalhe, isso aí vai uma crítica para escrever qualquer coisa, que não é assim. Escrever alguma coisa. Então, tá bom. Um caminho, é um caminho. E a outra questão do, OK, ela também está relacionado com a questão e também com tem que ser divulgado.
39:15 Como você é um escritor que participa muito de feiras, seja, participou de feiras aqui em Sergipe, queria que você falasse para a gente um pouco dessa experiência de participar de feiras literárias.
39:27 Pode, Elenilton, a experiência é muito boa, muito bacana mesmo.
40:33 Você é professor de matemática. Você ainda é um professor que leciona?
40:39 Não, eu faço na parte de informática.
40:54 Mas você já chegou a lecionar matemática?
40:58 Sim.
41:00 Sim. Na sua zona de matemática, você encontra um escritor. O que, o que era que você levava para as aulas de matemática de literatura? Para a sua forma de ensino? Você, você trazia, levava um pouco dessa sua arte de escrever para dentro da Matemática? Caso a gente acha que as coisas estão todas separadas, mas estão todas intrínsecas, né? Uma dentro da outra. É a Matemática, a gente pode trabalhar lá de história, com teatro. A gente pode trabalhar Matemática com música. Faz a paródia. Então, parte, ela está inclusa em todas, em todas as disciplinas. E se parar para pensar, todas as disciplinas de alguma forma estão inclusas em todas as outras. Então, eu queria que você falasse para dentro de você, é o tipo de professor que embora a sua formação em Matemática, e quando você lecionava, você levava um pouco dessa sua arte literária para dentro das aulas? Isso fazia parte dos seus planos de aula?
42:04 Sim, sempre que possível, eu traduzi, e também palavra para a importância. Sempre, sempre. Que massa.
Artistas Locais e Cultura em Cedro de São João
42:36 Eu não sei se você conhece o Luiz Davi aí de Cedro de São João. O Luiz Davi é um, é um jovem cordelista aí de Cedro que escreve muito bem. Está, inclusive, já passou aqui pelo Papo Cultural. E aí eu estou trazendo o Luiz Davi, essa mudança assim repentina de assunto para saber como é que você enquanto um artista escritor se relaciona com os outros artistas aí de Cedro de São João? Porque Cedro de São João é uma cidade pequena, mas é um ovo querendo eclodir de artista. Aqui no Papo Cultural, o que eu já trouxe de artista de Cedro de São João, eu não consegui de nenhuma outra cidade a não ser de Propriá. Então, como é que você enquanto artista escritor, né, se relaciona com os artistas aí de Cedro de São João? Existe uma, sei lá, uma amizade que de alguma forma um determinado artista acaba contribuindo com o outro?
43:43 A minha relação, eu sou muito caseiro, não ando muito por aí. E ele era como se fosse um guardião da história. Inclusive, eu não sei se você viu aí no meu perfil do Instagram, eu tive uma foto com ele, que estou preparando um livro para ele. Eu vou ter uma participação sobre a história daqui, fazer uma Recordar. Essa pessoa se chama.
45:15 Agora, como você é um escritor que transita entre Cedro, Propriá, você está sempre presente em Propriá, em Colégio. Agora eu queria que você falasse para a gente como você enquanto cidadão, enquanto escritor, como é que você consegue avaliar, vamos falar do estado de São João, que é a cidade que você mais, mais vive. Como é que você consegue avaliar a atuação da secretaria ou pasta de Cultura aí da cidade de São João com relação à fomento da cultura, valorização dos artistas locais, pessoal da cultura popular? Como é que você consegue avaliar a atuação dessa pasta que está saindo agora com a cultura local aí da cidade de Cedro?
46:00 Eu desconheço qualquer atuação. A única coisa que existe aqui em Cedro de São João é uma Casa da Cultura que foi construída e não há nenhum, do meu conhecimento, não vejo, não vejo, não vejo investimento nessa área. E é uma cidade que, se for parar para pensar, é Cedro é pequena, mas tem muita coisa, tem a grande tradicional festa do Sol que atualmente não acontece mais, não é? E eu já trouxe vários sedrenses aqui, eles acabaram, todos eles acabaram relatando sobre essa festa, né? O fim dessa festa, o quanto foi desolador e perceber que quem acaba com a pressão de gestores, não é gente? Total frio. A festa tal que entra no parque porque a festa era de tal gestor. E aí para quem acaba perdendo é o povo com essa politicagem que existe.
Indicações e Considerações Finais
47:21 O Papo Cultural está chegando ao fim. Eu vou partir agora para o momento indicação, está? Nesse momento é o momento em que a gente para para ler comentários, quem tem pergunta para fazer para o Ron Perlim faz as perguntas agora que esse momento é que eu paro para ler. Então, o momento indicação é quando o artista, artesão, o produtor cultural está sendo entrevistado, ele indica um artista da região do Baixo São Francisco que ele acha pertinente, importante e que esse espaço possa servir para essa pessoa. Eu queria saber quem é que você tem para indicar, independente da área artística, se é teatro, música, dança, se é da literatura, se é gente da cultura popular. Você pensou em alguém para indicar aqui para o Papo Cultural?
48:11 Eu pensei em três pessoas. Agora eu queria, tem uma pessoa muito legal, eu posso passar o contato dele para você para você. Sim, ele, ele é de que área? É também. Trabalho muito legal com cerâmica indígena, muito interessante. Eu, o trabalho dele, e você pensou em mais quem?
49:21 Olha, tem, tem o atual Secretário de Cultura, tem o Professor Alberto. Sim, inclusive São Félix e Amorim já passaram por aqui. Mas não significa que não é possível passar novamente, porque são pessoas que, tipo assim, 60 minutos é muito pouco para você sentar e conversar com Amorim. Eu trouxe Amorim aqui para a gente falar sobre a, o passado e o presente cultural de Propriá. E aí a gente precisa de mais minutos. Eu tive que começar novamente a live e a gente encerrou querendo falar mais. Então, ficou uma possibilidade de trazer Amorim novamente, porque são pessoas que têm muito a falar, muito a agregar, está? E bem assim o próprio Renilson de São Félix que vai ser agora o Secretário de Cultura, né? A pasta Cultura, tem, antes estava uma pasta, agora volta a ser a secretaria. Eu achei uma maravilha, e porque o Renilson também é uma pessoa muito, de muito, a gente vê que ele faz porque gosta mesmo. Ele trabalha com cultura porque gosta. Então, eu acho que foi uma boa escolha do atual, ou seja, do prefeito eleito, em colocar Renilson, porque é uma pessoa que pensa para frente, é uma pessoa totalmente de mente aberta para cultura, né, para arte. Então, eu acho que a cidade de Propriá só tem a ganhar, né, com Renilson. Já passaram, bom em secretário, Amorim também já passou duas vezes para secretaria, deixou a sua marca também. Então, vamos ver agora o que é que Renilson tem a mostrar para a gente, né?
51:30 Isso aí. Eu vou, eu vou ver aqui se alguém colocou alguma pergunta. Tem um aqui, a pergunta de Jaqueline, é uma pergunta. A Jaqueline Melo de Hungria fez um comentário aqui: "Eu amo essas histórias de superação, dá exemplo para os que têm tudo e só reclamam". Ela está se referindo ao livro "A Menina das Queimadas".
51:59 Está. Mas alguém, vocês estão assistindo, não tem nenhuma pergunta para não perder. Lembrando que essa live vai ficar salva, vai estar e quem quiser assistir depois ela estará disponível tanto aqui no meu perfil, em breve no perfil para cultural, no perfil do Facebook, do Instagram também.
52:24 Não temos perguntas aqui, o pessoal está tímido, não tem pergunta para fazer. Então, vamos prosseguir. Estamos encaminhando para o final, está bom? Eu queria que você falasse para a gente, o que é que você falasse para a gente, o que é que te move a continuar como escritor, como poeta?
52:55 O que me move é a vida. Como eu falei anteriormente, das coisas, das pessoas, dos pensamentos. É isso, é isso. Porque faz parte de mim.
53:21 E o que é, e o que, o que é que representam as palavras para você? Porque as palavras são um elemento muito importante para se construir o pensamento, para se construir a história, aonde você quer chegar. Então, eu pergunto para você, o que significam as palavras para você?
53:40 As palavras, quando elas são muito bem postas, elas representam a materialização, muitas vezes de um desejo de um mundo melhor.
54:40 A gente está encerrando aqui, eu encerrei as minhas perguntas. Eu tenho só uma última pergunta, está? E aí eu pergunto para você, o que é que você gostaria de dizer para uma pessoa, independente do sexo, idade, raça? Qual é o conselho que você poderia dar para essa pessoa que quer começar a escrever?
55:30 Se tiver dúvida, pergunte a quem já está na estrada. Nesse mundo, meu amigo, arrogância não vale nada. E a leitura constante seja a cultura e os nossos.
56:11 Antes, antes de, da gente encerrar, eu queria falar desse momento de pandemia, né, que foi o momento da pandemia. Agora foi um momento em que ficou evidente o quanto a arte era importante em nossa vida, né? É o quanto a arte nos salvou de enlouquecer nesse momento, está? Independentemente se é teatro, de alguma forma, é isso transformado ao cinema, a literatura, a música, a pintura. Então, nesse momento de pandemia, até quem não gosta de arte, até quem aprendeu a apedrejar a palavra, é quem apedrejar a arte acabou de alguma forma enxergando o quanto ela é importante em nossa vida. Então, eu queria que você falasse para a gente desse momento de pandemia. Você percebeu o aumento, sei lá, de uma procura pelas suas obras? Ela de alguma forma aumentou, se manteve instável? Porque muitos artistas que passaram por aqui que produzem alguns produtos artísticos e culturais relatam que houve uma procura bem maior nesse período agora e eles não esperavam. Então, é esse período de pandemia houve uma procura maior pelas suas obras?
57:40 Com exceção do livro "O Povo das Águas", o restante dos livros. Então, esse controle, e eu não sei sobre o nome do livro do "Povo das Águas", só em relação a isso.
58:14 O nosso Papo Cultural chegou ao fim, a cidade de se despedir. Eu queria saber, você tem alguma coisa para falar, é que você esperava que eu iria perguntar e eu não perguntei? O que você gostaria de acrescentar?
58:30 As suas colocações foram. Bateria acrescentar que pela memória eu sou o presidente do Centro de Cultura. Várias novas gerações. É possível.
59:51 Então, gente, antes de encerrar eu queria convidar a todos que passaram por aqui, que vão passar e que vão assistir esse vídeo para seguirem o perfil do Papo Cultural no Instagram. E em breve essas lives vão estar acontecendo lá, todas as lives. Inclusive essa que já aconteceram, que está acontecendo agora, elas vão passar por edição, irão para esse, para esse perfil, está? E não para o canal do YouTube também, que no e no Facebook, está? Então, eu convido a todos vocês para seguirem o perfil do Papo Cultural que em breve o Papo ela vai ficar acontecendo nesse perfil, está?
1:00:27 Muito obrigado pela sua disponibilidade. Foi, foi um convite repentino que eu acabei fazendo só para não encerrar o ano sem, sem o Papo Cultural, o último Papo Cultural do ano, está? Então, eu agradeço a você pela sua disponibilidade, pela sua colaboração de alguma forma com esse projeto também, está? Muito obrigado e obrigado a todos que passaram por aqui, que vão assistir, está? E isso passa a palavra para que você faça suas considerações finais.
1:01:07 Eu agradeço por essa oportunidade de estar com você, com as pessoas que entraram. Sempre que for possível e que o Papo Cultural estiver disponível, eu também vou deixar o livro. Nós batemos papos e falarmos mais da importância dos livros, da literatura.
1:01:54 Está. Muito obrigado, foi um prazer receber você aqui. Obrigado a todos que passaram por aqui. Lembrando que a live vai ficar salva. Quem não assistiu por algum motivo, quiser assistir, vai ficar salva aqui no meu perfil, está? Muito obrigado mais uma vez e a todos que passaram aqui pelo último Papo Cultural de 2020, está? Voltamos e no final de janeiro. Muito obrigado e até breve.
Transcrição feita pelo You Tube e organizada pelo Gemini IA.
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